As crianças
e adolescentes representam mais de 30% do total de habitantes do Brasil. De
acordo com dados do Mapa da Violência Crianças e Adolescentes do Brasil (2012),
publicação mais atualizada sobre o assunto e elaborada pelo Centro Brasileiro
de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e Flacso Brasil, os assassinatos,
acidentes de transporte e outros tipos de acidentes (quedas, afogamentos,
eletricidade, fogo) representam quase que 90% das causas externas da morte de
crianças e adolescentes no país.
“Fazendo
uma analise a partir da década de 80 até o ano de 2010, o Brasil está
conseguindo atingir as Metas do Milênio pela rápida redução nas últimas décadas
de suas taxas de mortalidade infantil e na infância pelas diversas ações nos
campos da saúde, saneamento e acesso à benefícios sociais, mas o mesmo não vem
acontecendo na área das causas externas de morte que marcadamente avançam a
contramão dessas tendências”, comentou Dimas Gomes, coordenador da Casa Pequeno
Davi.
Do volume
analisado pelo Mapa da Violência, 43% das mortes de crianças e adolescentes são
caraterizadas por serem homicídios. A
grande vulnerabilidade do público se verifica, no caso das crianças e
adolescentes, não só pelo preocupante 4º lugar que o país ostenta no contexto
de 99 países do mundo, mas também pelo vertiginoso crescimento desses índices
nas últimas décadas. As taxas cresceram 346% entre 1980 e 2010, são na prática
24 homicídios por dia que retiram a vida de uma criança ou adolescente no
Brasil.
Vale
destacar que o primeiro ano de vida dos brasileiros apresentam taxas
anormalmente elevadas, o triplo se comparado com outras idades até os 10 anos.
Na verdade, de acordo com o estudo, os extremos da escala etária revelam um
crescimento do número de vítimas por homicídios se apresentando de forma bem
mais sistêmica revelando problemas demarcadamente não resolvidos pelo país ou
até os novos desafios impostos pela sociedade moderna.
Assim como
no primeiro ano das crianças, o Mapa também revela uma íngreme espiral da
violência letal contra nossos adolescentes que se inicia aos 12 anos de idade.
Essas taxas vinham se mantendo desde 1980 até o ano de 2003, com queda
considerável nos anos de 2004 e 2005, quando em 2006 iniciou um rápido
crescimento, com um percentual médio de 5,5% ao ano. Uma das características,
já histórica, dessa violência homicida é a elevada vitimização masculina, onde
90% dos homicídios de crianças e adolescentes atingem os meninos e somente 10%
as meninas.
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