segunda-feira, 27 de julho de 2015

Homicídios são as maiores causas externas da morte de crianças e adolescentes no Brasil

As crianças e adolescentes representam mais de 30% do total de habitantes do Brasil. De acordo com dados do Mapa da Violência Crianças e Adolescentes do Brasil (2012), publicação mais atualizada sobre o assunto e elaborada pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e Flacso Brasil, os assassinatos, acidentes de transporte e outros tipos de acidentes (quedas, afogamentos, eletricidade, fogo) representam quase que 90% das causas externas da morte de crianças e adolescentes no país.

“Fazendo uma analise a partir da década de 80 até o ano de 2010, o Brasil está conseguindo atingir as Metas do Milênio pela rápida redução nas últimas décadas de suas taxas de mortalidade infantil e na infância pelas diversas ações nos campos da saúde, saneamento e acesso à benefícios sociais, mas o mesmo não vem acontecendo na área das causas externas de morte que marcadamente avançam a contramão dessas tendências”, comentou Dimas Gomes, coordenador da Casa Pequeno Davi.

Do volume analisado pelo Mapa da Violência, 43% das mortes de crianças e adolescentes são caraterizadas por serem homicídios.  A grande vulnerabilidade do público se verifica, no caso das crianças e adolescentes, não só pelo preocupante 4º lugar que o país ostenta no contexto de 99 países do mundo, mas também pelo vertiginoso crescimento desses índices nas últimas décadas. As taxas cresceram 346% entre 1980 e 2010, são na prática 24 homicídios por dia que retiram a vida de uma criança ou adolescente no Brasil.

Vale destacar que o primeiro ano de vida dos brasileiros apresentam taxas anormalmente elevadas, o triplo se comparado com outras idades até os 10 anos. Na verdade, de acordo com o estudo, os extremos da escala etária revelam um crescimento do número de vítimas por homicídios se apresentando de forma bem mais sistêmica revelando problemas demarcadamente não resolvidos pelo país ou até os novos desafios impostos pela sociedade moderna.


Assim como no primeiro ano das crianças, o Mapa também revela uma íngreme espiral da violência letal contra nossos adolescentes que se inicia aos 12 anos de idade. Essas taxas vinham se mantendo desde 1980 até o ano de 2003, com queda considerável nos anos de 2004 e 2005, quando em 2006 iniciou um rápido crescimento, com um percentual médio de 5,5% ao ano. Uma das características, já histórica, dessa violência homicida é a elevada vitimização masculina, onde 90% dos homicídios de crianças e adolescentes atingem os meninos e somente 10% as meninas. 

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